segunda-feira, 30 de abril de 2018

OFICIAL: Sporting garante maioria do capital da SAD


Bruno de Carvalho anunciou hoje em texto publicado no Diário de Notícias que o Sporting garante já no início da próxima época que a maioria do capital da SAD continue nas mãos do clube, através da compra das VMOC. Uma notíocia absolutamente histórica que merece muita atenção por parte dos Sportinguistas. Aqui fica toda a explicação. 

VMOC - Uma perspectiva histórica


As VMOC entraram no Sporting em 2011 pelas mãos de José Eduardo Bettencourt. Em Janeiro desse ano foi concretizada a emissão de 55 milhões de VMOC. Importa recordar que este senhor pediu demissão precisamente no dia seguinte ao da concretização desta emissão. Mais uma daquelas "coincidências" que ficará para a história do Sporting. 

Estas VMOC tinham de ser recompradas em 2016 para o Sporting não perder a maioria do capital da SAD. Entretanto, Godinho Lopes entrou no clube e sabia perfeitamente que tinha de "amealhar" dinheiro para manter a maioria do capital da SAD. E o que é que o sôr Engenheiro fez? Não só não amealhou um único cêntimo, como deixou um buraco de 90 milhões de euros só na SAD. 

Portanto, chegamos a Março de 2013 com 55M em VMOC para liquidar e com um buraco de 90 milhões na SAD. Nessa altura, Bruno de Carvalho entrou no Sporting e negociou o plano de reestruturação financeira. 

Plano de reestruturação financeira


No plano de reestruturação financeira negociado por Bruno de Carvalho ficaram definidas três medidas fundamentais:
1 - Emissão das VMOC B, no valor de 80M com conversão em 2026. Montante que serviria para tapar o buraco deixado por Godinho Lopes;
2 - Emissão de VMOC C no valor de 55M para liquidar as primeiras VMOC A dos tempos de José Eduardo Bettencourt. 
3 - Aumento de capital no valor de 18M por entrada de novos investidores.

Destas três medidas, só a primeira se concretizou. Isto porque a execução do plano de reestruturação financeira foi superando todas as expectativas traçadas inicialmente. Passo a explicar ponto por ponto.

1 - Em final de 2014 o Sporting emitiu as tais VMOC B no valor de 80M, conforme planeado. Importa referir que destes 80M o Sporting só tem opção de compra de 44 milhões de acções, precisamente o número que lhe garantia a maioria do capital da SAD. 

2 - Em relação às VMOC A, Bruno de Carvalho teve uma primeira jogada de génio ao convocar uma Assembleia-geral de titulares de VMOC no inicio de 2016. Nessa assembleia-geral conseguiu fazer com que os subscritores das VMOC (bancos e particulares) aceitassem alterar a data de conversão destes 55M de VMOC de 2016 para 2026, precisamente para a mesma data de vencimento das VMOC B (80M). Ou seja, isto permitiu que o Sporting não tivesse de emitir as tais VMOC C de imediato, podendo ou não fazê-lo no futuro. Um jogada absolutamente brilhante que deu margem para a negociação hoje anunciada. Já lá vamos.

3 - Em relação à entrada do investidor no montante de 18M, o Sporting fez ainda melhor, uma vez que negociou com a Holdimo a conversão de uma dívida deixada dos tempos de Godinho Lopes, convertendo-a em capital da SAD e libertando percentagens de passes de jogadores que foram sendo dados por Godinho Lopes. 

Ficamos com isto



É esta a actual estrutura accionista da Sporting SAD. Depois há ainda os 135 Milhões de VMOC (55 das VMOC A e 80 das VMOC B). 

Como manter a maioria do capital da SAD?


Desse bolo dos 135M de VMOC, o Sporting precisaria de comprar os tais 44M de acções para manter a maioria do capital social da SAD. Isto tendo em conta a tal emissão de um investidor no montante de 18 Milhões e a emissão das VMOC C. Mais em baixo mostro como ficaria a estrutura accionista de acordo com o que estava acordado.

Em sede de reestruturação financeira, ficou definido que o preço de compra era dado por uma formula que multiplicava o preço da acção por 1,2 desde desde que não ultrapassasse o 1€/acção. Por isso, no máximo dos máximo o Sporting precisaria de 44 milhões de euros para garantir a maioria do capital da SAD. 

As acções do Sporting estão hoje nos 0,7€. Ora, se o Sporting quisesse comprar hoje as acções necessárias para garantir a maioria do capital da SAD teria de pagar 36,96 milhões de euros (44Mx0,7€x1,2). 

Importa referir que existe uma conta de reserva onde está a ser amealhado dinheiro para a compra das VMOC. No último relatório e contas é referido que o montante amealhado está nos 5,115 milhões de euros. 

Relatório e contas semestral Sporting 17/18

Melhoria das condições da reestruturação financeira


Hoje, o Presidente Bruno de Carvalho escreveu um texto no Diário de Notícias sobre o estado das finanças do clube que pode ser lido (aqui). Atentem bem nesta passagem: 

"Nestes últimos meses, conseguimos negociar uma melhoria das condições da reestruturação financeira, não por necessidade de financiamento adicional pelos Bancos (BCP/NB) ou por um falhanço da reestruturação, mas sim pelo sucesso da mesma. Esta melhoria da reestruturação representa uma adaptação à nova realidade de sucesso financeiro e competitivo do Grupo Sporting. Consideramos que o ponto de maior importância para os Sócios do Sporting CP é a alteração do valor máximo a pagar para garantir a manutenção da maioria na SAD passando de 44 milhões para 17,5 milhões, dos quais já temos na conta reserva 5 milhões e no início da próxima época já teremos a totalidade necessária para garantir a maioria na SAD;

Portanto, Bruno de Carvalho está a garantir que no início da próxima época o Sporting terá assegurada a a maioria do capital da SAD pagando apenas 17,5 milhões de euros, dos quais já estão mais de 5 milhões na conta de reserva. Absolutamente genial!

"Quando a esmola é muita..."


Ó mister, então se fosse hoje tínhamos de pagar 36,96 milhões pelas VMOC necessárias para manter a maioria do capital da SAD e afinal só vamos pagar 17,5 milhões de euros? Isso não é esmola a mais? 

Bem, existe aqui uma contrapartida para o Sporting pagar "apenas" 17,5M pelas VMOC necessárias para manter a maioria do capital da SAD. Cá está ela:

"Definição do preço de compra de cada VMOC a 30 cêntimos por utilização da conta reserva, o que significa que o Clube e seus sócios apenas necessitam de 40,5 milhões para comprar a totalidade das VMOC, em vez dos anteriores 135 milhões, o que até é inferior ao esperado valor de 44 milhões necessário para garantir apenas a maioria na SAD (em que os Bancos ficariam com 91 milhões de VMOCs em seu poder); Com a alteração de condições de reembolso e a opção de compra das VMOCs, deixa de haver a necessidade da nova emissão de 55 milhões de VMOCs (a ser subscritas pelos Bancos) nem do aumento de capital de 18 milhões, podendo este ser feito ou não."

Portanto, isto quer dizer que o Sporting ficará "obrigado" a ficar com TODAS as VMOC (135 milhões de VMOC) por 40,5 Milhões de euros, quando no primeiro acordo de reestruturação financeira teria de pagar no máximo 44M de euros pelas 44 milhões de VMOC que garantiam a apenas a maioria do capital da SAD. 

Importa salientar que deixa então de haver a necessidade de emitir as tais VMOC C e que o tal investidor dos 18 milhões deixa de ser necessário. De seguida apresento as duas simulações da estrutura accionista.

Resumindo:



No quadro anterior está feita a comparação entre o que foi delineado e o que foi apresentado hoje por Bruno de Carvalho, depois de novas negociações com a banca. Aqui ficam algumas ideias:

- O Sporting passa de um posição em que teria de pagar um montante entre os 30 e os 44 milhões de euros para ter 51,57% para uma situação onde pagará 40,5 milhões de euros para ter 88% do capital social da SAD. 
- Com esta negociação é garantido que a banca não será accionista da Sporting SAD
- A Holdimo que hoje detêm cerca de 30% da SAD passará a ter uma posição de 9,90%. Talvez agora se perceba toda a dor de Álvaro Sobrinho e da Holdimo quando vieram a terreiro pedir uma AG extraordinária da SAD. 

Se subsistirem dúvidas sobre a reestruturação financeira "original" podem consultar um post que fiz há uns meses (aqui).

Concluindo


Sinceramente, já não há muitas palavras para descrever o trabalho absolutamente notável desta administração. É fantástico o trabalho que tem sido feito por Bruno de Carvalho e Carlos Vieira na recuperação financeira do Sporting. O clube e a SAD são hoje entidades completamente saudáveis em termos financeiros e não paira sobre nós o espectro da falência como aconteceu nos tempos de Godinho Lopes. Pavilhão construído e pago, modalidades pujantes, constantes resultados financeiros quer na SAD quer no clube, equipa de futebol dotada de um treinador e de jogadores de nível mundial, obras na Academia e no estádio que conta agora com um relvado digno do Sporting, etc.

Com o anúncio de hoje, a nossa independência está assegurada. Não entrará nenhum banco no nosso capital e nenhum investidor terá capacidade de influenciar o que quer que seja. No Sporting mandam os Sportinguistas, e isso não tem preço! 

Garantida a sustentabilidade financeira, fica a falta a vitória no campeonato nacional de seniores masculinos. Daqui em diante, é nisso que todos temos de nos focar.

Podem seguir o blog nas redes sociais nos links seguintes:
Facebook: (aqui)  Twitter: (aqui)

Bruno de Carvalho explica a situação Financeira do Sporting e as Obrigações


O Diário de Notícias publica hoje uma extenso texto do Presidente Bruno de Carvalho sobre a situação financeira e as obrigações do Sporting. Estamos perante um documento histórico para a vida do Sporting, uma vez que são abordadas matérias de extrema relevância como a recompra das VMOC necessárias para garantirmos a maioria do capital da SAD, conforme sempre foi prometido aos sócios do Sporting. 

Assim que possível farei uma análise detalhada ao que foi dito pelo presidente do Sporting, por isso, se tiverem algumas dúvidas deixem ficar nos comentários que tentarei esclarecer nesse post.  

A verdade sobre a situação financeira


Muito se tem falado e escrito sobre a situação financeira do Sporting CP. Da oposição à cartilha, todos vão envenenando a opinião pública. Infelizmente o sucesso de uns é a azia de outros. Uns porque não derrubam o poder e outros porque demonstram a sua incapacidade de bem gerir e de bem negociar. E qual a verdade por detrás de tantos vídeos, entrevistas, artigos de opinião, manipuladores e falsos?

Temos o reequilíbrio da situação económico-financeira de todo o Grupo Sporting, garantindo uma sustentabilidade associada a um crescendo de sucesso desportivo. Crescimento sustentado de todas as linhas de receitas comerciais - direitos TV, merchandising, bilheteira, quotizações, publicidade e patrocínios, entre outros; Redução/controlo de custos, seguido de uma fase de investimento com um aumento de custos de forma controlada e sustentada; Forte crescimento das receitas de venda de direitos económicos de atletas, com as duas maiores transferências de sempre da história do Sporting CP por 70 milhões + objectivos e a maior de sempre do futebol português de um atleta nacional para o estrangeiro - até Dezembro de 2017, esta Administração atingiu os 200 milhões de euros de vendas de jogadores sendo 154 milhões de euros mais-valias; Recuperação dos direitos económicos de 37 jogadores, permitindo que o Sporting CP fique com estas receitas ao invés de as ter de passar a terceiros - valor recuperado pelo Sporting ascende já a cerca de 41 milhões de euros; Melhor contrato de direitos TV em Portugal resultante da negociação com a NOS num total global de 515 milhões; Aumento do número de sócios, tendo já ultrapassado os 170 000 e mantendo um objectivo de crescimento continuado; Aumento do património com o Pavilhão João Rocha e forte investimento nas infraestruturas e nas modalidades.

Com tudo isto, o activo da Sporting SAD ascende a 287 milhões de euros, o que duplica desde 2013, sendo que a valorização real dos activos dos jogadores não está registada, pois os jogadores da formação estão avaliados em quase 0 (facto propositadamente ignorado por todos os pseudo especialistas) pelo que este aumento é ainda mais significativo; O Capital Próprio é positivo em 17 milhões de euros o que compara com o Capital Próprio negativo de 116 milhões de euros em 2013; Em termos de Passivo destaca-se a redução da dívida bancária em 75 milhões de euros desde 2013, 16 milhões dos quais na presente época, o que é uma amortização superior ao que estava previsto no acordo com os Bancos até Junho de 2022; Em termos de resultados, a soma das últimas 4 épocas completas é de 18 milhões de euros quando as anteriores 4 épocas foi negativo em 160 milhões de euros.

Mas nunca estamos satisfeitos e por isso, nestes últimos meses, conseguimos negociar uma melhoria das condições da reestruturação financeira, não por necessidade de financiamento adicional pelos Bancos (BCP/NB) ou por um falhanço da reestruturação, mas sim pelo sucesso da mesma. Esta melhoria da reestruturação representa uma adaptação à nova realidade de sucesso financeiro e competitivo do Grupo Sporting. Consideramos que o ponto de maior importância para os Sócios do Sporting CP é a alteração do valor máximo a pagar para garantir a manutenção da maioria na SAD passando de 44 milhões para 17,5 milhões, dos quais já temos na conta reserva 5 milhões e no início da próxima época já teremos a totalidade necessária para garantir a maioria na SAD; Definição do preço de compra de cada VMOC a 30 cêntimos por utilização da conta reserva, o que significa que o Clube e seus sócios apenas necessitam de 40,5 milhões para comprar a totalidade das VMOC, em vez dos anteriores 135 milhões, o que até é inferior ao esperado valor de 44 milhões necessário para garantir apenas a maioria na SAD (em que os Bancos ficariam com 91 milhões de VMOCs em seu poder); Com a alteração de condições de reembolso e a opção de compra das VMOCs, deixa de haver a necessidade da nova emissão de 55 milhões de VMOCs (a ser subscritas pelos Bancos) nem do aumento de capital de 18 milhões, podendo este ser feito ou não.

Esta negociação foi conseguida sem aumento das taxas de juros e sem entrega de garantias adicionais aos Bancos.

Isto tudo também serve para "perceber" a posição tornada pública pela Holdimo, com o pedido de uma AG da SAD, pois a mesma percebeu que rapidamente a sua posição ficará diluída (cerca de 10% face aos 26% atuais).

No final das contas a verdade é que um investimento em obrigações é bom independentemente da SAD, sendo que inegavelmente, pois contra factos não existem argumentos, as do Sporting ainda se demonstram como um investimento melhor e muito seguro.

Mas não devemos esquecer que estes ataques espúrios, de elementos de outras SAD ou a mando das mesmas (já para não falar da pequena, mas irresponsável, oposição interna no Sporting) prejudicam seriamente o mercado.

Entre os ataques que foram feitos à realidade económica do Sporting CP encontra-se um vídeo do comentador benfiquista Camilo Lourenço, no qual podemos elencar um conjunto de graves mentiras:

1. Fala de Capitais Próprios negativos - não o são desde as contas de 30 de Junho de 2016; as de 30 de Junho de 2017 já são positivas e mantêm-se à data de hoje;

2. Fala de contas auditadas dizendo que as únicas são as de 2016 (deduzo que as de 30 de Junho de 2016). É falso! As contas de 31 de Dezembro de 2017 estão auditadas;

3. Fala do factoring como sendo antecipação de receitas - o factoring no Sporting existe há muitos anos e é uma forma de financiamento normal que está englobada no acordo quadro com o NB e BCP. Temos linhas de empréstimo ditas "normais", factoring, leasing e descobertos bancários, tudo englobado numa estrutura que procura buscar as garantias reais necessárias para que os bancos tenham menor risco e o Sporting taxas mais baixas (a este propósito, à data de hoje o SCP tem os custos de financiamento mais baixos dos três grandes - basta fazer o rácio gastos financeiros por valor médio dos empréstimos: SCP: 3,7%; FCP: 6,4%; SLB: 4,9%);

4. Fala de uma reserva às contas do Sporting no 1º vídeo depois no 2º diz que se enganou e que é uma ênfase (o que se percebe ser muito menos grave): esta ênfase refere que os activos de curto prazo (a receber a menos de um ano) são muito inferiores aos passivos de curto prazo (a pagar a menos de um ano). Esta situação é bastante comum nas SAD onde o valor dos plantéis é considerado um activo de médio e longo prazo, contabilizado nos activos intangíveis. Para além disso, no fim do 1º semestre de um ano, com 6 meses decorridos, os passivos de curto prazo incluem verbas significativas de proveitos diferidos (facturados e recebidos no início da época e diluídos ao longo dos 12 meses: SCP: 24 milhões, FCP: 9 milhões, SLB: 15 milhões). No total as necessidades de fundo de maneio (diferença entre o activo corrente e o passivo corrente são de: SCP: -114 milhões, FCP: -148 milhões, SLB: -60 milhões) - esta ênfase encontra-se nos relatórios das três sociedades. Fala desta ênfase como se tratando de cash flow negativo o que é uma mistura de conceitos - o cash flow resulta do mapa de cash flows que é apresentado em todos os relatórios e contas. Em 30 de Dezembro de 2017, no caso do Sporting é negativo no operacional (sem vendas de jogadores) em 0,9 milhões e fica positivo em 28,4 milhões com as receitas das vendas de jogadores. O FCP no operacional é negativo em 6,6 milhões e depois das receitas e compras de jogadores fica positivo em 4,8 milhões. O SLB é negativo no cash flow operacional em 5,6 milhões ficando positivo depois de compras e vendas de jogadores em 6,3 milhões, ou seja, o cash flow do SCP é o menos negativo dos três grandes e após transações de jogadores é o que fica mais positivo;

5. Fala em diversas operações de emissão de obrigações (12+26+30 milhões= 68 milhões?) quando a única que há é de 30 milhões (FCP tem 80 milhões e SLB tem 155 milhões).

Empréstimos obrigacionistas


I - Riscos

Na avaliação prévia a toda a "crise" institucional do Sporting os assessores financeiros do Sporting já tinham antecipado alguns riscos relacionados com operações de empréstimos obrigacionistas pelas seguintes razões:

a) Há um risco reputacional associado ao SLB relacionado com tudo o que tem vindo a ser divulgado em termos das investigações por parte do Ministério Público. Os investidores, apesar de muitas vezes seguirem o coração, têm decisões racionais o que as pode fazer sair destes investimentos. O SLB vai fazer em Junho/Julho uma emissão de 45 milhões;

b) A propósito do Sporting tem apresentado uma proposta de 60 milhões o SLB também fez em 2013 e 2014 um pedido de autorização de empréstimos obrigacionistas (ver aqui) até 130 milhões, que foi o compromisso que assumiu com o Novo Banco depois de ter sido apanhado na hecatombe do BES e de ter de reembolsar quase 150 milhões de obrigações emitidas particularmente e que estavam colocadas nos fundos da ESAF, a exemplo de dezenas de operações do Grupo Espírito Santo (processo montado pelo benfiquista Amílcar Morais Pires);

c) O SLB tem três emissões que tem de renovar anualmente de 45+50+60 milhões = 155 milhões. Atualmente o SLB não tem exposição à banca o que limitará qualquer tipo de apoio caso haja defaults. Ou seja, o que inicialmente dava garantias aos investidores que não iriam "deixar cair" os empréstimos obrigacionistas das SAD deixou de existir pois o impacto para os Bancos é nulo.

d) O FCP também tem uma operação que era exatamente uma semana depois do Sporting (no final de Maio) de 45 milhões. No total tem 45+35 milhões=80 milhões. As contas do FCP são as piores dos três grandes, apresentando capitais próprios negativos e prejuízos significativos nos últimos anos, também apresentando riscos de não subscrição. À data da decisão do SCP de adiar o reembolso do EO de 2015 falava-se que o FCP iria tentar aumentar este empréstimo. Hoje é expectável que façam um mais reduzido que 45 milhões;

e) O Sporting sempre fez os empréstimos obrigacionistas em Novembro. Fez em 2015 em Maio pois atrasou-se o processo de reestruturação financeira. Este adiamento pretende acertar "o passo" com essa data, a custos mais baixos;

f) Outro risco identificado é que entrou agora em vigor a nova Diretiva dos Mercados de Instrumentos Financeiros (DMIF) e um Regulamento dos mercados de instrumentos financeiros - esta nova diretiva europeia vem limitar a capacidade dos bancos e outros intermediários financeiros promoverem uma atividade comercial mais "agressiva" na venda de produtos financeiros. Ou seja, poderão existir limitações na venda destes produtos aos balcões dos bancos e corretoras.

II - Operações em curso

1. Antecipação de receitas do SLB - confirmou uma operação de 100 milhões há dias (comunicado aqui). Falam em 97,3 milhões a que se adicionarmos juros e comissões ultrapassarão dos 100 milhões. Esta antecipação de créditos "sem recurso" significa que cederam as receitas futuras da NOS a uma entidade financeira que irá ser sempre reembolsada sem possibilidade de renegociação de dívida se a operação futura correr mal. O SLB termina com qualquer ligação forte à banca nacional o que não fará sentido numa perspetiva de ligação aos centros de decisão nacionais (ninguém apoiará a sociedade se alguma coisa falhar no empréstimo obrigacionista). Contrariamente ao que se disse inicialmente, através do próprio Presidente do SLB, o que se assiste é à redução do passivo bancário pois a antecipação de receitas terá de ser registada no passivo como "antecipação de receitas", "proveitos diferidos", "faturação antecipada"; ou seja, o passivo global não vai baixar e os gastos financeiros até poderão aumentar pelo reconhecimento ao longo dos anos;

2. O FCP também prepara uma operação de financiamento (esta em princípio com recurso) "parqueando" também o contrato da Altice numa entidade do Grupo servindo de colateral para um empréstimo que lhe permitirá reestruturar a dívida;

3. O Sporting, conforme indicado no comunicado de dia 10 de abril (aqui), indica que também terá "concluída com sucesso a negociação de uma nova reestruturação financeira, em condições favoráveis para a Sporting SAD, ajustadas à estratégia de investimento e de valorização de activos que tem sido seguida pela actual Administração". A informação disponível, para além do já referido, permite adivinhar que ainda passe por maior possibilidade de aumento de dívida financeira e de alterações nos reembolsos obrigatórios.

III - Sobre a emissão obrigacionista de 15 milhões e o adiamento de 30 milhões da Sporting SAD

1. A emissão de 15 milhões está alinhada com o acordo com os actuais bancos (NB/BCP) de permitir aumentos de dívida desde que no global a mesma não aumente; a 31 de dezembro de 2017 a dívida bancária reduziu-se 16 milhões já em antecipação a esta possibilidade;

2. A emissão global de 60 milhões visa autorizar os 30 milhões a emitir em Novembro (para reembolsar a linha de 2015) e esta nova operação que poderá ir de 15 a 30 milhões;

3. Face à conjuntura actual do mercado, da regulamentação existente e da interferência de terceiros, o Conselho de Administração considerou mais sensato, após consulta com os intervenientes do processo e especialistas de mercado, e no momento em que teve de tomar a decisão, prorrogar a actual emissão obrigacionista de 30 milhões para Novembro 2018 com a manutenção do pagamento de juros de 6,25% (taxa anual) por mais seis meses. Esta decisão foi bem recolhida pelos vários intervenientes no processo, nomeadamente, os Bancos, a CMVM e os consultores financeiros da operação;

4. Dado que já existia o objectivo de aumentar a emissão actual de 30 milhões e com a prorrogação da mesma, decidiu-se avançar para uma nova emissão de 15 milhões (com possibilidade de aumento) com um juro de 6% como forma de compensar os investidores que têm apoiado a sociedade;

5. O objectivo é fazer um máximo de 60 milhões até 31 de Dezembro de 2018 (que contempla o reembolso da actual emissão de 30 milhões) de forma a recolocar estas operações no final do ano civil (como sempre foi prática) e de dividir estas operações em maturidades diferentes;

6. Deste modo, repartindo em duas emissões com maturidades diferentes (2020 e 2021), reduzimos o risco de renovação no final da maturidade de cada emissão;

7. Sabemos que estas foram as decisões apropriadas e que deste modo a Sporting SAD sai fortalecida e as emissões obrigacionistas se tornam mais sólidas e novamente um grande investimento para todos.

Podem seguir o blog nas redes sociais nos links seguintes:
Facebook: (aqui)  Twitter: (aqui)

sábado, 28 de abril de 2018

Justiça investiga últimas cinco épocas do Benfica


A noticia de hoje do Semanário Expresso vem confirmar aquilo que há muito tempo tenho vindo a dizer. De facto, o Benfica e os seus responsáveis andam completamente desesperados e já estão na fase do vale tudo.

"Resultados combinados em favor do Benfica"



Para fechar


Portanto, o ministério público está a investigar todos os jogos realizados pelo Benfica desde 2013-2014 até hoje, por suspeita de resultados combinados em benefícios dos encarnados. Existem SMS, mensagens e cópias de mensagens trocadas entre jogadores e alegados intermediários que estão a ser analisados. Para já, não há arguidos por uma questão estratégica. Relativamente às denúncias anónimas que têm surgido em catadupa nas últimas semanas, "fontes da justiça acreditam que essas denúncias partiram de responsáveis encarnados". Nada que surpreenda ninguém. 

De facto, têm razão os responsáveis benfiquistas para estarem desesperados. E que fique muito claro que o melhor ainda está para vir. 

Podem seguir o blog nas redes sociais nos links seguintes:
Facebook: (aqui)  Twitter: (aqui)

sexta-feira, 27 de abril de 2018

O estádio da "porta do cavalo"


Um dos principais vectores de actuação no famoso power point apresentado por Domingos Soares de Oliveira para "dominar a ciência da vitória", passava por "aumentar a influência e controlar o poder da Federação". Está dado o mote para analisarmos alguns factos relacionados com a ligação entre o Benfica e a FPF.

O mítico episódio da "Porta do Cavalo".


Email divulgado pelo site Mercado de Benfica

No dia 21 de Setembro de 2009, Domingos Soares de Oliveira envia um email para Paulo Gonçalves onde diz que o acordo entre o Benfica e a FPF para a cedência do Estádio da Luz para o Portugal-Hungria está fechado. Mais informa que o "GM vai paga pela porta do cavalo mais 50k". Facilmente identificamos GM como sendo Gilberto Madaíl, presidente da FPF, nesta fase. 

Recordado este triste episódio - que ainda hoje continua por explicar - quero fazer uma análise aquilo que tem sido as escolhas da FPF em relação aos estádios onde a selecção disputa as suas partidas.

Outra vez no Estádio da Luz



A FPF anunciou ontem os estádios onde serão disputados os dois jogos de preparação para o Mundial. O Portugal-Tunísia será disputado no Municipal de Braga e no Estádio da Luz a selecção jogará diante da Argélia. 

Altura para recordarmos os encontros realizados pela selecção A em território nacional. 

O lobby dos €stádios


Todos os jogos realizados em território nacional depois do Euro 2004 - Contando já os próximos dois jogos com Argélia e Tunísia.
Contando já com os dois próximos jogos (Argélia e Tunísia), Portugal conta com 73 jogos oficiais em território nacional. Cerca de 21% desses jogos foram realizados no Estádio da Luz. Em termos absolutos estamos a falar de 15 jogos realizados no Estádio da Luz, o que corresponde a mais do dobro dos jogos realizados em Alvalade ou no Dragão. Alias, nem a soma dos jogos realizados em Alvalade e no Dragão chegam ao número de jogos realizados no Estádio da Luz. Alguém consegue perceber isto? 


Um pipa de massa
Nos emails ficamos a saber que no tal jogo da "porta do cavalo" foram pagos 200 mil euros ao Benfica pela utilização do Estádio. E aqui não estão contabilizados os 50 mil euros pela porta do cavalo ou a cláusula adicional de mais 75 mil euros caso o Estádio tivesse mais de 60 mil espectadores nessa partida. Fica claro que estamos a falar de muito dinheiro que entra nos cofres do Benfica.

Lobby político!?
Reparem como o Estádio do Algarve e do Dr.Magalhães Pessoa em Leiria estão no pódio. Convém dizer que estes são os únicos estádio construídos para o Euro 2004 que são geridos pelas autarquias. Será coincidência, ou será que a ligação de Tiago Craveiro à política está a influenciar estas decisões? Porque razão tem interesse a FPF em dar tantos jogos e estas magníficas receitas a estas autarquias? A FPF não deveria ajudar os clubes a se desenvolverem? Com receitas deste género porque é que a FPF não leva os seus jogos a estádios que necessitem de remodelações, condicionando a receita à obrigação de remodelação dos recintos desportivos? Estádios míticos como o Bonfim, Restelo, São Luís, Estádio do Mar, Estádio dos Arcos, São Miguel nos Açores ou até o municipal de Chaves não merecem uma ajuda por parte da FPF? 

Os clubes não dizem nada? 
Custa-me perceber o porquê de os restantes clubes da nossa Liga não abrirem a boca em relação a isto. Será que uma receita dentro destes valores não daria jeito? O G15 não tem nada a dizer? Pois é...

Não há ninguém que diga algo em relação a isto? O Governo não tem nada a dizer sobre o facto de uma instituição com o estatuto de utilidade publica fazer este tipo de discriminação? Onde está a tão apregoada descentralização? Só as gentes do litoral têm direito a ver os jogos da selecção? 

Para que não restem dúvidas, fiquem agora com os dados desde o dia em que Fernando Gomes assumiu a liderança da FPF.

A presidência de Fernando Gomes


Todos os jogos realizados em território nacional na Presidência de Fernando Gomes - Contando já os próximos dois jogos com Argélia e Tunísia.
Como podem verificar, na presidência de Fernando Gomes o "esquema" ainda fica mais evidente. Benfica tem 8 jogos no seu estádio, enquanto que Porto e Sporting têm apenas duas partidas. Guimarães e Coimbra contam com apenas uma partida, mas o Estoril tem dois jogos. De facto, tudo isto é fantástico. E reparem bem como com a entrada de Fernando Gomes e Tiago Craveiro permitiu uma nova vida aos estádios geridos pelas autarquias. 

Na fase de qualificação para o Mundial de 2018, Portugal jogou cinco partidas em casa. Destes cinco jogos, um foi para o Estádio do Bessa, um para o Estádio do Algarve, um para o estádio de Aveiro e... dois para o Estádio da Luz.

O último jogo da selecção nacional em Alvalade foi realizado em Setembro de 2015. De lá para cá a selecção foi jogar ao Estádio da Luz por umas incríveis 4 vezes e 1 vez ao Dragão. Tudo normal. Posto isto, não contem comigo para dar dinheiro a esta gente.

Podem seguir o blog nas redes sociais nos links seguintes:
Facebook: (aqui)  Twitter: (aqui)

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Os reis da pancada


Depois de na semana passada terem transformado as imediações do Estádio da Luz num verdadeiro campo de guerra (aqui), os claqueiros do Benfica decidiram espalhar charme no Estoril.

Incidentes no Estoril



Infelizmente estas são as únicas imagens disponíveis dos incidentes no final da partida, mas conta quem lá esteve que foi mais um triste espectáculo protagonizado pelos senhores do costume.  

Centena de adeptos do Benfica criaram enorme confusão


Link da notícia (aqui)
Nesta notícia do Record quero salientar a forma como cerca de uma centena de adeptos do Benfica se organizaram para voltar à carga depois de num primeiro momento a questão ter ficada sanada. Salientar também o facto de estarem "crianças, muitas delas visivelmente assustadas" no local. 

No exterior do Estádio


Mas a "brincadeira" dos benfiquistas não se ficou apenas pelo estádio. No exterior houve mais um festival de "folclore". 

Link da notícia (aqui)
"Insultos, provocações, tentativas de intimidação e furtos". Isto quase que dá para ser adoptado como lema dos adeptos encarnados. Basta incluírem o tráfico de droga, crime organizado e assassinatos. 

Um histórico inacreditável


Para fechar, quero recordar o histórico mais recente desta gente.

19/02/2017 - Estádio Municipal de Braga  
"Adeptos do Benfica arremesaram cadeiras do topo do estádio para a saída onde se encontravam os adeptos bracarenses, no final do jogo entre as duas equipas" 

04/03/2017 - Estádio do Feirense
O jogo entre o Feirense e o Benfica foi atrasado porque os adeptos do Benfica lançaram várias tochas para o relvado. Um dos artefactos chegou mesmo a furar a rede de uma das balizas. Nesse mesmo jogo, adeptos do Benfica destruiram uma vedação que caiu em cima de um repórter fotográfico que teve de ser hospitalizado.

15/04/2017 - Pavilhão da Luz
Adeptos do Benfica imitam o som do very-light, recordando o assassinato de Rui Mendes no Jamor em 1996.

16/04/2017 - Pavilhão da Luz
Claques do Benfica cantaram: "Foi no jamor que o lagarto ardeu, na final da taça o very-light é que o fodeu".

22/04/2017 - Imediações do Estádio da Luz 
Luís Pina assassina Marco Ficcini. O arguído "arrastou o corpo de Marco Ficcini por 15 metros, passou por cima e ao sair do carro e verificar que se encontrava um corpo estendido, abandonou o local negando auxílio à vitima". 

23/04/2017 - Estádio de Alvalade
Durante o minuto de silêncio em memória de Marco Ficcini, a claque do Benfica entoou canticos a gozar com o assassinato de Rui Mendes no Jamor em 1996. 

26/08/2017 - Estádio dos Arcos
Em comunicado o Rio Ave denunciou "agressões a sócios e adeptos perpetrados por adeptos organizados do Benfica. Agressões que resultaram em ferimentos que obrigaram a acompanhamento hospitalar de urgência e até mesmo ao internamento de adeptos e sócios do Rio Ave". 

22/10/2017 - Estádio do Aves
"Um grupo de adeptos afectos ao clube da Luz entrou no bar, provocou estragos e agrediu quem por lá se encontrava. Adeptos do clube da casa responderam e terá havido, inclusive, cadeiras pelo ar". Uma testemunha citada pelo Record refere que estes adeptos afectos ao Benfica, denominados "casuals" não pouparam crianças e mulheres".

04/11/2017 - Pavilhão Braga
"Os adeptos do Benfica entraram em confronto com a polícia, arremessaram tochas e cadeiras para o campo, tendo a dupla de arbitragem sido mesmo obrigadas a interromper o jogo durante três minutos.

04/11/2017 -  Estádio D. Afonso Henriques 
A confusão registada neste domingo, culminou com a carga policial e com vários adeptos a invadir o relvado - o que levou até à interrupção do jogo - começou num grupo de cerca de 500 casuals do Benfica.

17/03/2018 -  Estádio Feirense
Arremesso de tochas e petardos para o relvado e para a zona onde estava o guarda-redes do Feirense e o árbitro da partida. Jogo esteve interrompido por duas ocasiões devido a estes incidentes. Uma paragem de 1 minuto e outra de quase 5 minutos. 

15/04/2018 - Estádio da Luz
Verdadeira batalha campal no exterior do Estádio já no final da partida. 

Para fechar


Vou continuar a perguntar as vezes que foram necessárias. Até quando vai durar esta impunidade? Até quando o Governo, o IPDJ, o secretário de estado do desporto, a Liga e a FPF vão continuar a assobiar para o lado? Não acham que já chega? É preciso morrer mais alguém? 

Podem seguir o blog nas redes sociais nos links seguintes:
Facebook: (aqui)  Twitter: (aqui)

quarta-feira, 25 de abril de 2018

Desesperados


É oficial! Luís Filipe Vieira e os seus parceiros estão completamente desesperados. Se dúvidas houvesse, as últimas 48 horas são elucidativas, senão vejamos.

Mais uma denúncia anónima


Ao final da tarde de segunda-feira o jornal Abola voltou a ter mais um exclusivo sobre uma denúncia anónima que deu entrada no DCIAP. Desta feita a queixa é conta o inspector Pedro Fonseca, da Polícia Judiciária. 

Link da notícia (aqui)

O timing
Como sabemos, na semana passada foram divulgados novos emails envolvendo Domingos Soares de Oliveira. Apesar do enorme encobrimento feito pela maior parte da imprensa, a realidade é que as notícias lá foram passando. Obviamente, a máquina de propaganda e o gabinete de crise tinham de encontrar uma forma de atirar lama para cima do assunto. Para isso, nada melhor do que uma denúncia anónima. Curiosamente, a notícia foi publicada no dia privilegiado dos programas de comentário desportivo, ainda a tempo de entrar nos seus alinhamentos. Coincidência. 

O título e o autor
A forma como o título está feito sugere algo de especialmente gravoso com uma frase forte como "Arrumar o Benfica". Na realidade, não passa de uma denúncia anónima que o jornalista entendeu merecer destaque suficiente para ser colocado como título. Quando me refiro a "jornalista" faço-o num tom jocoso, até porque a notícia vem assinada por "redação". O facto desta treta não estar assinada é claro indicador da encomenda. Então alguém consegue um furo jornalístico com base em documentos e não assina a peça? Porque será que ninguém se quis atravessar por isto. É uma boa pergunta que talvez a ERC, o sindicato de jornalista ou o CNID possam responder. 

Como é que Abola teve acesso à denúncia? 
Diz Abola que teve acesso à denúncia feita no próprio dia. Ora, a denúncia só pode ter chegado ao jornal Abola por duas vias. Ou pelo DCIAP ou pelo próprio denunciante. A resposta a esta dúvida parece-me ser evidente.

A notícia propriamente dita
Resumidamente, diz a redação do jornal Abola que na tal denúncia anónima consta que o inspector Pedro Fonseca é adepto do Porto e terá sido ele a passar informação sobre o processo para o Blog Mercado de Benfica, para o Expresso e para a Revista Sábado. Diz o denunciante, citado pela Abola que o "blogue é reconhecido por ser totalmente antibenfiquista e tem sido a central de ataque e de divulgação de e-mails do Benfica"

Onde é que eu já vi isso do blog anti-benfica!? Terá sido na peça da SIC sobre os últimos emails envolvendo Domingos Soares de Oliveira? 


Devem ter recebido a mesma cartilha...


Abola das denúncias
Esta não foi a primeira ocasião em que o jornal Abola noticiou uma denúncia anónima. Todos nos lembramos da capa onde foi divulgada a denúncia anónima de corrupção no Estoril-Porto. Cá está ela.


A suprema ironia é que Domingos Soares Oliveira aparecia na capa muito sorridente. Esperemos que hoje também se encontre com o mesmo espírito depois de ficarmos a saber algumas das patifarias que tem feito ao serviço do Benfica. É que daqui a pouco o Site Mercado de Benfica vai publicar mais 14GB de correio deste senhor. 

Jornal I - "DCIAP investiga campanha do FC Porto contra o Benfica"



O pontapé de saída dado pelo jornal Abola na sua edição online tinha de ter alguma continuidade na imprensa generalista. Como estamos perante uma verdadeira fantochada, só um jornal sem expressão absolutamente nenhuma poderia pegar no assunto. Mais uma vez, o jornal I saiu em socorro da máquina da propaganda e do gabinete das queixinhas. Recordo que estamos a falar do tal jornal do avençado Afonso de Melo, o senhor que recebe 1000€ do Benfica por "questões políticas", como já vimos (aqui)

Por certo, todos estamos lembrados do branquemento feito pelo mesmo jornal aquando das detenções de Paulo Gonçalves e da toupeira encarnada. Vamos recordar.


A capa diz absolutamente tudo sobre a capacidade de branqueamento dos senhores. Quem quiser saber mais sobre este episódio pode consultar o que escrevi na altura (aqui)

Vamos à notícia do jornal i.

Cliquem na imagem para aumentar
Desde já dizer que adoro a forma como o jornal i vai rodando os jornaleiros que escrevem estas encomendas. Desta feita, sobrou para o estagiário André Vinagre. Quanto ao conteúdo da notícia dizer apenas que o essencial está no primeiro parágrafo. André Vinagre foi objectivo tentar colar a cuspe o caso dos emails com este denúncia de treta. No fundo, é esta a base da estratégia do gabinete das queixinhas e da máquina de propaganda. 

Para terminar, dizer que os jornais Abola, Sol e I são os únicos jornais nacionais cujas vendas não são auditadas. Por que será?

Um anonimato da treta


Notícia do Site do Benfica. Link (aqui)
Como vimos pelo print anterior, pelas 13:13h de ontem, o site do Benfica decidiu dar grande destaque à notícia do jornal I. É maravilhoso ver a cobertura dada pelo Benfica a uma notícia publicada num jornal de terceira categoria e escrita com base numa denúncia anónima. Mas há mais. A incompetência do Benfica não se cingiu a isso. Nesta mesma publicação no site do Benfica foi colocada uma reportagem em vídeo onde os encarnados apontam os nomes dos envolvidos nesta tal denúncia.

Curiosamente, nem no jornal i nem no jornal Abola estão os nomes dessas pessoas. Tu queres ver que o Benfica também teve acesso à denúncia?


Portanto, a denúncia anónima chegou ao jornal Abola, ao jornal I e ao Benfica. Absolutamente maravilhosa esta coincidência.

Resumindo


Toda a gente percebeu que esta denúncia de anónima não tem nada. A estrutura encarnada está completamente desesperada e já não sabe o que fazer para estancar as revelações que dia após dia vão sendo tornadas públicas na Internet e em alguns jornais. A forma como este assunto foi trabalhado por estes jornais é um verdadeiro atentado ao jornalismo. A denúncia não tem nenhuma prova ou indicio de nada e mesmo assim estes senhores dão-lhe forte destaque. Isto seria para rir, se não estivéssemos nós a falar de dois jornais que têm ignorado por completo a temática dos emails. Ai sim, há factos que podem e devem ser analisados.

Se os dirigentes do Benfica fossem inocentes, estariam por esta altura a publicar desmentidos oficiais numa base diária sobre os emails que vão sendo tornados públicos. Mas isso parece-me ser impossível para gente que de inocente não tem nada. Como não podem desmentir o que é verdade, optam por utilizar a estratégia que ficou resumida no primeiro parágrafo da notícia escrita por André Vinagre.

A ideia principal passa por acusar os outros precisamente das mesmas práticas que o Benfica utiliza, mas isso é impossível. Não fosse o Benfica o clube que está há "10 anos à frente da concorrência...


Podem seguir o blog nas redes sociais nos links seguintes:
Facebook: (aqui)  Twitter: (aqui)

terça-feira, 24 de abril de 2018

Quanto custa um bilhete de borla?


No já famoso PowerPoint (aqui) onde foi "apresentada a visão e missão 2017 para o Benfica, assim como os principais desafios a enfrentar e ambições estratégicas", o Benfica considera que existe quatro áreas onde é necessário aumentar a influência/controlo sobre o poder: "Federação e respectivo conselho de arbitragem; poder político; meios de comunicação/media; judicial.

Ora, para hoje quero recordar uma reportagem da revista Visão datada de 28 de Março onde são analisadas algumas ofertas a políticos.

Quanto custa um bilhete de borla?


Cliquem para aumentar

Cliquem para aumentar

Cliquem para aumentar
Aqui fica a listagem dos pedinchões: 
Primeiro Ministro: António Costa
Ministros: Mário Centeno, Manuel Caldeira Cabral, Adalberto Campos Fernandes, Miguel Relvas, Miguel Macedo, Álvaro Santos Pereira, José Pedro Aguiar-Branco
Secretários de Estado: João Casanova de Almeida, Manuel Pinto de Abreu, Luís Campo Ferreira, João Grancho;
Deputados: Sérgio Azevedo, Manuel Seabra, António Gameiro

Esta reportagem da Visão tem apenas uma parte dos políticos envolvidos neste escândalo. Há muito mais artistas envolvidos. 

Coincidências


Essa edição da revista Visão teve como grande destaque de capa uma entrevista ao primeiro-ministro António Costa. Questionado com os problema envolvendo o Benfica, António Costa respondeu assim:


Desde logo, António Costa presta-se ao serviço de branquear os actos de violência e os assassinatos perpetrados por benfiquistas. Algo em que o seu governo tem clara responsabilidade uma vez que o IPDJ está directamente sob a sua alçada. IPDJ que não faz cumprir a lei e que pelo meio ainda vê os seus dirigentes envolvidos em pedidos de bilhetes como o Blog Artista do Dia já demonstrou (aqui)

Mas a parte mais relevante está na completa separação que António Costa faz entre o seu clube de coração e o primeiro-ministro oficioso que lidera o clube. Já toda a gente percebeu que o vento mudou e ninguém avalia melhor os ventos do que os políticos. Nesta pequena declaração, António Costa já percebeu o rumo que leva a nau encarnada e tenta a todo o custo cortar as ligações com os piratas que navegam a embarcação.

Mas não é só ele. Vamos recordar o que disse Luís Marques Mendes depois do derby entre Benfica e Sporting no início de Janeiro deste ano, sobre as personalidades que estiverem na tribuna presidencial do estádio da Luz. 


Curiosamente, no último clássico entre Benfica e Porto também ninguém viu o senhor primeiro-ministro, nem o ministro das finanças, nem o presidente da CM de Lisboa, nem outros ministros ou secretários de estado e nem sequer um deputado para amostra. 

Caso para perguntar: O que passou se?

Podem seguir o blog nas redes sociais nos links seguintes:
Facebook: (aqui)  Twitter: (aqui)

segunda-feira, 23 de abril de 2018

A visão do poder


No passado dia 20, o site Mercado de Benfica disponibilizou mais de 4GB  de emails de Domingos Soares de Oliveira, administrador da SAD do Benfica. Começo a minha análise por um email que denuncia todo o estratagema montado pelos encarnados para dominarem o futebol português à margem das leis.  

Junho de 2002 


No verão de 2002, Benfica e Porto protagonizaram uma luta feroz pela contratação do avançado Edgaras Jankausas. O jogador acabou por ser contratado pelo Porto e quando Luís Filipe Vieira foi confrontado com o assunto afirmou que não estava preocupado, porque "são mais importantes os lugares na Liga do que contratar bons jogadores"

Passados todos estes anos esta frase ainda ecoa nas cabeças dos amantes do desporto em Portugal. Das palavras ao papel passou precisamente uma década. A tal que Vieira diz que leva de avanço dos rivais.


Junho de 2012


Power Point de Domingos Soares de Oliveira disponibilizado pelo site Mercado de Benfica

Em Junho de 2012 - precisamente uma década depois da mítica frase de Vieira - o Benfica organizou a sua VIII reunião de quadros onde foi "apresentada a visão e missão 2017 para o Benfica, assim como os principais desafios a enfrentar e ambições estratégicas"Nesse sentido foram apontados vários desafios:
- "Dominar a ciência da vitória";
- "Um único Benfica";
- "Conquistar a capacidade de influência";
- "Aproximar o adepto do Benfica".

Vejamos dois destes pontos:

"Dominar a ciência da vitórias" 


Power Point de Domingos Soares de Oliveira disponibilizado pelo site Mercado de Benfica
Segundo o Benfica, a ciência da vitória passava por deixar de acreditar na competitividade desportiva como mero exercício de fé. Para quê ter fé se podemos ser donos do nosso próprio destino, terão pensado os dirigentes do Benfica. Para quê ter fé quando o que o Benfica queria na realidade era transformar o desporto num espécie de jogo de azar em que a "casa ganha sempre".

O plano foi sempre esse desde o dia em que Vieira disse que "são mais importantes os lugares na Liga do que contratar bons jogadores". Para a concretização desse plano havia que:

"Conquistar a capacidade de influência"


Power Point de Domingos Soares de Oliveira disponibilizado pelo site Mercado de Benfica

Este slide é verdadeiramente elucidativo do que é o polvo encarnado em toda a sua extensão. Está aqui tudo. Poder disciplinar, arbitragem, regulamentar, poder político, meios de comunicação social e até o poder judicial. Em relação aos quatro vectores, existem casos evidentes de que esta estratégia de poder foi levada à letra. Julgo que nem sequer é preciso estar aqui a enumerar. 

Os "facilitadores"


Power Point de Domingos Soares de Oliveira disponibilizado pelo site Mercado de Benfica

É muito curioso que nesta reunião de quadros, os facilitadores relativos ao "poder Benfica" tenham sido João Gabriel e Paulo Gonçalves, dois vultos da cidadania. Foram estes os senhores que organizaram as ideias sobre o "poder Benfica" da seguinte maneira:

Power Point de Domingos Soares de Oliveira disponibilizado pelo site Mercado de Benfica

É fantástico ver o nível de detalhe a que estes senhores chegam para aplicar a estratégia. De todas estas prioridades de acção, o Benfica só não conseguiu trazer a sede da Liga para Lisboa, mas conseguiu melhor do que isso. Conseguiu transferir praticamente todo o poder da Liga para a FPF e só não conseguiu passar todo o poder por muito pouco. Podem recordar o assunto (aqui).

Cartilha, espionagem, corrupção, tráfico de influências e por ai fora. No fundo são estas as verdadeiras "prioridades de acção" do Benfica de Luís Filipe Vieira, que ficam agora visíveis aos olhos de toda a gente.

Estamos numa fase em que este assunto dos emails já extravasou por completo da esfera desportiva e não tenho grandes dúvidas em afirmar que já estamos perante o maior escândalo da democracia portuguesa. Se dúvidas houver, basta analisarmos o silêncio da imprensa em relação a tudo isto. Branqueamento total.

Podem seguir o blog nas redes sociais nos links seguintes:
Facebook: (aqui)  Twitter: (aqui)